Trabalho intermitente no exterior: experiência de um brasileiro em Luxemburgo

O contrato de trabalho intermitente vem conquistando espaço no Brasil a modalidade foi criada em nosso país ainda em 2017, com a reforma trabalhista. No entanto, no exterior, nos EUA e boa parte da Europa, esse tipo de contrato (chamado por muitos de zero hour contract) é muito comum, estando a maioria dos trabalhadores habituada a receber por hora trabalhada.

O brasileiro Vanderson Luiz Fidencio vive em Luxemburgo, país que possui o melhor salário mínimo do mundo (aproximadamente €$ 2.201,00 euros/mês, o equivalente a cerca de R$ 14.954,25 base na cotação corrente), e compartilha como é a experiência da modalidade intermitente por lá.

Vanderson explica que a modalidade é muito comum não apenas em Luxemburgo, mas em todo o continente europeu.

“É chamado Intérim (agências de emprego) e são muitas empresas pelo país que trabalham nessa modalidade. Onde eu moro, há 42 delas”, diz. Ele, que trabalha atualmente com jardinagem, salienta que o serviço funciona da seguinte maneira: o morador faz um cadastro no serviço que se propõe a fazer (como, por exemplo, pedreiro, padeiro, ajudante etc.) e, quando há demanda, a agência o procura.

“Geralmente nos próximos dias já ligam. Então eles fazem um contrato intermitente. Se nos dias em que você foi contratado o dono da empresa ou a pessoa que entrou em contato com a Intérim gostar do seu serviço, você pode ser contratado diretamente com a empresa”, acrescenta.

Segundo Vanderson, a hora trabalhada em Luxemburgo está hoje em torno de €$ 13 a €$ 15 euros (de R$ 86,58 a R$ 99) o que é, para o brasileiro, a principal diferença em relação ao Brasil, já que lá, com esse valor é possível pagar o aluguel, fazer compras de alimentação e, de acordo com ele, ‘sobra até para o vestuário’.

“Por ser €$ 2.100,00 euros o salário mínimo, a hora trabalhada é calculada por esse montante. Eu acho que a vantagem de ser contratada pela Intérim se dá pela dificuldade de conseguir um contrato diretamente com a empresa. E a desvantagem é que você fica vulnerável, sem saber se vai ter serviço e sem os direitos como férias e o salário de um contrato fixo (que é um pouco maior, acima do salário mínimo)”, pontua.

No Brasil, apesar de o salário mínimo ser imensamente menor, na modalidade de trabalho intermitente, trabalhadores têm garantidos os direitos trabalhistas, como 13º e férias proporcionais à jornada.

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o trabalho intermitente no Brasil acumulou saldo positivo de 3.083 empregos em janeiro deste ano, resultado de 15.600 admissões contra 12.517 desligamentos. O balanço revela ainda que 201 pessoas firmaram mais de um contrato e 3.784 empresas passaram a admitir trabalhadores intermitentes. 

“Acho que o Brasil vai aderir cada vez mais a essa modalidade de emprego, mas é preciso ter um salário compatível a esse serviço, pois é uma boa solução para empresários e desempregados”, completa o brasileiro em Luxemburgo.

 

Por que investir na modalidade?

O contrato de trabalho intermitente, possível desde a Reforma Trabalhista de 2017, permite a prestação de serviços por demanda – horas, dias ou meses, de acordo com a necessidade. Entre os benefícios para trabalhadores estão a possibilidade de atuar em mais de um posto de trabalho, a garantia dos direitos trabalhistas proporcionais por jornada e a inserção no mercado de trabalho num período em que o desemprego bate a marca de 14,1 milhões de pessoas sem oportunidades, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Empresários, por sua vez, conseguem contratar mais trabalhadores quando há aumento de demanda ou simplesmente admitir funcionários de acordo com a disponibilidade de recursos para custos com pessoal, para citar alguns exemplos.

Ainda não conhece o contrato de trabalho intermitente? Entre em contato com a nossa equipe, conheça os benefícios da modalidade e como a Symee pode ajudá-lo na relação empresário-colaborador.

 

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